Histórico do Curso de Ciências Contábeis
1. Criação da Faculdade de Estudos Sociais - FES
A Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas foi criada pelo artigo 6º do Estatuto, aprovado pelo parecer n° 4.109/74 do Conselho Federal de Educação, tem sua origem na extinta faculdade de Ciências Econômicas, criada pela Lei Estadual nº 108 de 23 de dezembro de 1955, assinada pelo governador Plínio Ramos Coelho. A Faculdade de Estudos Sociais, ainda com o nome de Faculdade de Ciências Econômicas foi instalada no dia 2 de maio de 1958, no grupo escolar Princesa Isabel, junto ao Instituto de Educação do Amazonas, tendo como diretor o cônego Pedro Mottais. A aula inaugural, na sessão solene da Congregação da Faculdade foi proferida pelo prof. Anderson Andrade de Menezes no dia 14 de maio de 1958. Em 1959, a Faculdade foi transferida para o Prédio do Grupo Escolar Luizinha Nascimento, no bairro da Praça 14 de janeiro. Em 1960 passou a funcionar no prédio nº 200 da rua José Paranaguá e, em 1969 no antigo Seminário São José, na rua Emílio Moreira, nº 601. A partir de 2002 passou a ocupar sede própria no campus universitário. (BRITO, 2011)
Apesar do artigo 6º do Estatuto de 1970, estabelecer na estrutura da Universidade do Amazonas, a Faculdade de Estudos Sociais Aplicados como unidade Universitária e o Estatuto de 1974, aprovado pelo Parecer n.° 4.109/74 do Conselho Federal de Educação, também determinar em seu artigo 6º a exisência da Faculdade de Estudos Sociais, sua instalação definitiva só foi concretizada pela Portaria nº 676/77/GR, que extinguiu a Faculdade de Direito e a Faculdade de Ciências Econômicas e criou em substituição a Faculdade de Estudos Sociais, cuja estrutura englobava os Departamentos de Direito Público, de Direito Privado, de Economia e Análise, de Contabilidade e de Administração. Em 1986 com a Resolução nº13 do Conselho Universitário, o Curso de Direito foi desvinculado da Faculdade de Estudos Sociais, que atualmente é composta pelos cursos de Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Administração. (BRITO, 2011)
2. Criação do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade de Estudos Sociais - FES, da Universidade Federal do Amazonas - UFAM
O curso de Bacharelado em Ciências Contábeis possui uma longa trajetória, sendo inicialmente instituído pelo Decreto Lei nº 7.988, de 22 de setembro de 1945, ainda vinculado às Ciências Atuariais. Com a promulgação da Lei nº 1.401, de 31 de julho de 1951, os cursos de Ciências Contábeis e Ciências Atuariais foram separados, permitindo que as disciplinas do curso de Ciências Contábeis enfatizassem conhecimentos específicos em contabilidade e finanças, além de integrar conhecimentos de negócios e gestão organizacional. (PPC do Curso de Ciências Contábeis 2025).
De acordo com Brito 2011, o Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Amazonas foi criado pela Resolução nº 03/65/CONSUNI, de 10 de março de 1965, que autorizava o funcionamento do Curso de Ciências Contábeis, na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Amazonas, a partir de 1º de janeiro de 1965, fixando o respectivo currículo. Seu reconhecimento ocorreu através do Decreto Federal nº 70.648 de 07 de junho de 1972, que conforme o artigo Art. 1º "É concedido reconhecimento à Faculdade de Ciências Econômicas, com os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis, mantida pela Universidade do Amazonas com sede em Manaus, Estado do Amazonas". O primeiro currículo pleno do Curso de Ciências Contábeis foi aprovado pela Resolução nº 034/74, tendo por base o Parecer 397/62 e a Resolução s/n, de 08 de fevereiro de 1963, do Conselho Federal de Educação que fixou o currículo mínimo e a duração do Curso de Graduação em Ciências Contábeis em 4 anos e agrupou em dois ciclos as disciplinas a serem cursadas. A profissão de Contador foi regulamentada pelo Decreto nº 9.295, de 27 de maio de 1946, tendo suas atribuições definidas pela Resolução nº 965/90 do Conselho Federal de Contabilidade.
O curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) está inserido em um contexto que abrange as esferas nacional, regional e local, com desafios e oportunidades específicos. Nacionalmente, o curso responde às diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), alinhando-se às necessidades crescentes por profissionais capacitados para atuar em um mercado de trabalho dinâmico e em constante transformação. A contabilidade, como uma ciência social aplicada, desempenha um papel crucial na transparência e gestão financeira, tanto no setor público quanto no privado, sendo vital para o desenvolvimento econômico do país.
No contexto regional, o curso se integra às características socioeconômicas da região amazônica, onde a economia está fortemente ligada à exploração sustentável dos recursos naturais, ao comércio e aos serviços. A região enfrenta desafios únicos, como a logística complexa e o acesso limitado a recursos e infraestrutura, que demandam profissionais com uma formação robusta e adaptada a essas particularidades. O Amazonas, em particular, possui uma economia diversificada que inclui a Zona Franca de Manaus, um polo industrial significativo que necessita de contadores altamente qualificados para a gestão eficiente dos recursos financeiros e o cumprimento das exigências fiscais e tributárias. No âmbito local, o curso de Ciências Contábeis da UFAM se relaciona diretamente com as demandas do mercado de trabalho manauara e da região circundante. A vocação econômica do município de Manaus, como um importante centro industrial e comercial da Amazônia, exige a formação de profissionais que possam atender às necessidades das empresas locais, desde pequenas e médias empresas até grandes indústrias. Além disso, a presença de um setor público robusto na capital do Amazonas amplia as oportunidades de atuação para contadores em áreas como a gestão pública e a auditoria.
Referenciais
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. NDE DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS. PPC 2025. Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. 2025.
BRITO, Rosa Mendonça de. 100 ANOS UFAM. 2. ed rev. amp. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2011.